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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

10 Mundos de Expiações e de Provas

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 3 – HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

Santo Agostinho - Paris, 1862

13 – Que vos direi; que já não conheçais dos mundos de expiações, pois que basta considerar a Terra que habitais? A superioridade da inteligência, num grande número de seus habitantes, indica que ela não é um mundo primitivo, destinado à encarnação de Espíritos ainda mal saídos das mãos do Criador.

Suas qualidades inatas são a prova de que já viveram e realizaram um certo progresso, mas também os numerosos vícios a que se inclinam são o indício de uma grande imperfeição moral. Eis porque Deus os colocou num mundo ingrato, para expiarem suas faltas através de um trabalho penoso e das misérias da vida, até que se façam merecedores de passar para um mundo mais feliz.

14 – Não obstante, não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação. As raças que chamais selvagens constituem-se de Espíritos apenas saídos da infância, e que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contato de Espíritos mais avançados.

Vem a seguir as raças semi-civilizadas, formadas por esses mesmos Espíritos em progresso. Essas são de algum modo, as raças indígenas da Terra, que se desenvolveram pouco a pouco, através de longos períodos seculares, conseguindo algumas atingirem a perfeição intelectual dos povos mais esclarecidos.

Os Espíritos em expiação aí estão; se assim nos podemos exprimir como estrangeiros. Já viveram em outros mundos, dos quais foram excluídos por sua obstinação do mal, que os tornava causa de perturbação para os bons. Foram relegados, por algum tempo, entre os Espíritos mais atrasados, tendo por missão fazê-los avançar, porque trazem uma inteligência desenvolvida e os germes dos conhecimentos adquiridos. É por isso que os Espíritos punidos se encontram entre as raças mais inteligentes, pois são estas também as que sofrem mais amargamente as misérias da vida, por possuírem mais sensibilidade e serem mais atingidas pelos atritos do que as raças primitivas, cujo senso moral é mais obtuso.

15 – A Terra nos oferece, pois, um dos tipos de mundos expiatórios, em que as variedades são infinitas, mas têm por caráter comum servirem de lugar de exílio para os Espíritos rebeldes à lei de Deus.

Nesses mundos, os Espíritos exilados têm de lutar, ao mesmo tempo, contra a perversidade dos homens e a inclemência da natureza, trabalho duplamente penoso, que desenvolve a uma só vez as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, na sua bondade, torna o próprio castigo proveitoso para o progresso do Espírito.


Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

9 Mundos Superiores e Inferiores

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 3 – HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

8 - A classificação de mundos inferiores e mundos superiores é antes relativa do que absoluta, pois um mundo é inferior ou superior em relação aos que se acham abaixo ou acima dele, na escala progressiva.

Tomando a Terra como ponto de comparação, pode fazer-se uma ideia do estado de um mundo inferior, supondo os seus habitantes no grau evolutivo dos povos selvagens e das nações bárbaras que ainda se encontram em nosso planeta, como restos do seu estado primitivo. Nos mundos mais atrasados, os homens são de certo modo rudimentares. Possuem a forma humana, mas sem nenhuma beleza; seus instintos são temperados por nenhum sentimento de delicadeza ou benevolência, nem pelas noções do justo e do injusto; a força bruta é sua única lei. Sem indústrias, sem invenções, dedicam sua vida à conquista de alimentos. Não obstante, Deus não abandona nenhuma de suas criaturas. No fundo tenebroso dessas inteligências encontra-se, latente, a vaga intuição de um Ser Supremo, mais ou menos desenvolvida. Esse instinto é suficiente para que uns se tornem superiores aos outros, preparando-se para a eclosão de uma vida mais plena. Porque eles não são criaturas degradadas, mas crianças que crescem.

Entre esses graus inferiores e mais elevados, há inumeráveis degraus, e entre os Espíritos puros, desmaterializados e resplandecentes de glória, é difícil reconhecer os que animaram os seres primitivos, da mesma maneira que, no homem adulto, é difícil reconhecer o antigo embrião.

9 – Nos mundos que atingiram um grau superior de evolução, as condições da vida moral e material são muito diferentes das que encontramos na Terra. A forma dos corpos é sempre, como por toda parte, a humana, mas embelezada, aperfeiçoada, e sobretudo purificada. O corpo nada tem da materialidade terrena, e não está, por isso mesmo sujeito às necessidades, às doenças e às deteriorações decorrentes do predomínio da matéria. Os sentidos, mais sutis, têm percepções que a grosseria dos nossos órgãos sufoca.

A leveza específica dos corpos torna a locomoção rápida e fácil. Em vez de se arrastarem penosamente sobre o solo, eles deslizam, por assim dizer, pela superfície ou pelo ar, pelo esforço apenas da vontade, à maneira das representações de anjos ou dos manes dos antigos nos Campos Elíseos. Os homens conservam à vontade os traços de suas existências passadas, e aparecem aos amigos em suas formas conhecidas, mas iluminadas por uma luz divina, transfiguradas pelas impressões interiores, que são sempre elevadas.

Em vez de rostos pálidos, arruinados pelos sofrimentos e as paixões, a inteligência e a vida esplendem, com esse brilho que os pintores traduziram pela auréola dos santos.

A pouca resistência que a matéria oferece aos Espíritos já bastante adiantados, facilita o desenvolvimento dos corpos e abrevia ou quase anula o período de infância. A vida; isenta de cuidados e angústias, é proporcionalmente muito mais longa que a da Terra. Em princípio, a longevidade é proporcional ao grau de adiantamento dos mundos. A morte não tem nenhum dos horrores da decomposição, e longe de ser motivo de pavor, é considerada como uma transformação feliz, pois não existem dúvidas quanto ao futuro. Durante a vida, não estando à alma encerrada numa matéria compacta, irradia e goza de uma lucidez que a deixa num estado quase permanente de emancipação, permitindo a livre transmissão do pensamento.

10 - Nos mundos felizes, a relação de povo para povo, sempre amigáveis, jamais são perturbadas pelas ambições de dominação e pelas guerras que lhes são consequentes. Não existem senhores nem escravos, nem privilegiados de nascimentos. Só a superioridade moral e intelectual determina as diferentes condições e confere a supremacia. A autoridade é sempre respeitada, porque decorre unicamente do mérito e se exerce sempre com justiça. O homem não procura elevar-se sobre o seu semelhante, mas sobre si mesmo, aperfeiçoando-se. Seu objetivo é atingir a classe dos Espíritos puros, e esse desejo incessante não constitui um tormento, mas uma nobre ambição, que o faz estudar com ardor para os igualar. Todos os sentimentos ternos e elevados da natureza humana apresentam-se engrandecidos e purificados. Os ódios, as mesquinharias dos ciúmes, as baixas cobiças da inveja, são ali desconhecidos. Um sentimento de amor e fraternidade une a todos os homens e os mais fortes ajudam os mais fracos. Suas posses são correspondentes às possibilidades de aquisição de suas inteligências, mas ninguém sofre a falta do necessário, porque ninguém ali se encontra em expiação. Em uma palavra, o mal não existe.

11 – No vosso mundo, tendes necessidade do mal para sentir o bem, da noite para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde. Lá, esses contrastes não são necessários. A eterna luz, a eterna bondade, a paz eterna da alma, proporcionam uma alegria eterna, que nem as angústias da vida material, nem os contatos dos maus, que ali não tem acesso, poderiam perturbar. Eis o que o Espírito humano só dificilmente compreende. Ele foi engenhoso para pintar os tormentos do inferno, mas jamais pôde representar as alegrias do céu. E isso por que? Porque, sendo inferior, só tem experimentado penas e misérias, e não pode entrever as claridades celestes. Ele não pode falar daquilo que não conhece. Mas, à medida que se eleva e se purifica, o seu horizonte se alarga e ele compreende o bem que está à sua frente, como compreendeu o mal que deixou para trás.

12 – Esses mundos afortunados, entretanto, não são mundos privilegiados. Porque Deus não usa de parcialidade para nenhum de seus filhos. Dá a todos os mesmos direitos e as mesmas facilidades para chegarem até lá. Fez que todos partissem do mesmo ponto, e não dota a uns mais do que os outros. Os primeiros lugares são acessíveis a todos: cabe-lhes conquistá-los pelo trabalho, atingi-los o mais cedo possível, ou abandonar-se durante séculos e séculos no meio da escória humana.


Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

8 Diversas Categorias de Mundos Habitados

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 3 – HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

3 – Do ensinamento dado pelos Espíritos, resulta que os diversos mundos possuem condições muito diferentes uns dos outros, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes.

Dentre eles, há os que são ainda inferiores à Terra, física e moralmente. Outros estão no mesmo grau, e outros lhe são mais ou menos superiores, em todos os sentidos. Nos mundos inferiores a existência é toda material, as paixões reinam soberanas, a vida moral quase não existe. À medida que esta se desenvolve, a influência da matéria diminui, de maneira que, nos mundos mais avançados, a vida é por assim dizer toda espiritual.

4 – Nos mundos intermediários, o bem e o mal se misturam, e um predomina sobre o outro, segundo o grau de adiantamento em que se encontrarem. Embora não possamos fazer uma classificação absoluta dos diversos mundos, podemos, pelo menos, considerando o seu estado e o seu destino, com base nos seus aspectos mais destacados, dividi-los assim, de um modo geral: mundos primitivos, onde se verificam as primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e de provas, em que o mal predomina; mundos regeneradores, onde as almas que ainda têm o que expiar adquirem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos felizes, onde o bem supera o mal; mundos celestes ou divinos, morada dos Espíritos purificados, onde o bem reina sem mistura. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiações e de provas, e é por isso que nela está exposto a tantas misérias.

5 – Os Espíritos encarnados num mundo não estão ligados a ele indefinidamente, e não passam nesse mundo por todas as fases do progresso que devem realizar, para chegar à perfeição. Quando atingem o grau de adiantamento necessário, passam para outro mundo mais adiantado, e assim sucessivamente, até chegarem ao estado de Espíritos puros. Os mundos são as estações em que eles encontram os elementos de progresso proporcionais ao seu adiantamento. É para eles uma recompensa passarem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo prolongarem sua permanência num mundo infeliz, ou serem relegados a um mundo ainda mais infeliz, por se haverem obstinado no mal.


Fonte da imagem: Internet Google.

domingo, 1 de novembro de 2015

7 Diferentes Estados da Alma na Erraticidade

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 3 – HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

1 – Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim. – Há muitas moradas na casa de meu pai. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar. E depois que eu me for, e vos aparelhar o lugar, virei outra vez e tomar-vos-ei para mim, para que lá onde estiver, estejais vós também. (João, XIV:1-3).

2 – A Casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo aos Espíritos desencarnados estações apropriadas ao seu adiantamento.

Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem também ser interpretadas pelo estado feliz dos Espíritos na erraticidade. Conforme for ele mais ou menos puro e liberto das atrações materiais, o meio em que estiver, o aspecto das coisas, as sensações que experimentar, as percepções que possuir, tudo isso varia ao infinito.

Enquanto uns, por exemplo, não podem afastar-se do meio em que viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos.

Enquanto certos Espíritos culpados erram nas trevas, os felizes gozam de uma luz resplandecente e do sublime espetáculo do infinito.

Enquanto, enfim, o malvado, cheio de remorsos e pesares, frequentemente só, sem consolações, separado dos objetos da sua afeição, geme sob a opressão dos sofrimentos morais, o justo, junto aos que ama, goza de uma indizível felicidade.

Essas também são, portanto, diferentes moradas, embora não localizadas nem circunscritas.

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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

6 UMA REALEZA TERRENA

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 2 – Meu Reino Não É Deste Mundo

Uma Rainha De França - Havre, 1863

8 – Quem poderia, melhor do que eu compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo? O orgulho me perdeu sobre a Terra. Quem, pois, compreenderia o nada dos reinos do mundo, se eu não o compreendesse? O que foi que eu levei comigo, da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E como para tornar a lição mais terrível, ela não me acompanhou sequer até o túmulo! Rainha eu fui entre os homens, e rainha pensei chegar no Reino dos Céus. Mas que desilusão! E que humilhação, quando, em vez de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito acima, homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas veias um sangue nobre! Oh, só então compreendi a fatuidade dos homens e das grandezas que tão avidamente buscamos sobre a Terra!

Para preparar um lugar nesse reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade, a benevolência para com todos. Não se pergunta o que fostes, que posição ocupastes, mas o bem que fizestes, as lágrimas que enxugastes.

Oh, Jesus! Disseste que teu reino não era deste mundo, porque é necessário sofrer para chegar ao Céu, e os degraus do trono não levam até lá. São os caminhos mais penosos da vida os que conduzem a ele. Procurai, pois o caminho através de espinhos e abrolhos e não por entre as flores!

Os homens correm atrás dos bens terrenos, como se os pudessem guardar para sempre. Mas aqui não há ilusões, e logo eles se apercebem de que conquistaram apenas sombras, desprezando os únicos bens sólidos e duráveis, os únicos que lhes podem abrir as portas dessa morada.

Tende piedade dos que não ganharam o Reino dos Céus. Ajudai-os com as vossas preces, porque a prece aproxima o homem do Altíssimo; é o traço de união entre o Céu e a Terra.

Não o esqueçais!

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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

5 O Ponto de Vista

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 2 – Meu Reino Não É Deste Mundo

A ideia clara e precisa que se faça da vida futura dá uma fé inabalável no porvir, e essa fé tem consequências enormes sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de vista pelo qual eles encaram a vida terrena. Para aquele que se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é infinita, a vida corporal não é mais do que rápida passagem, uma breve permanência num país ingrato. As vicissitudes e as tribulações da vida são apenas incidentes que ele enfrenta com paciência, porque sabe que são de curta duração e devem ser seguidos de uma situação mais feliz. A morte nada tem de pavoroso, não é mais a porta do nada, mas a da libertação, que abre para o exilado a morada da felicidade e da paz.

Sabendo que se encontra numa condição temporária e não definitiva, ele encara as dificuldades da vida com mais indiferença, o que resulta uma calma de espírito que lhe abranda as amarguras.

Pelas simples dúvida sobre a vida futura, o homem concentra todos os seus pensamentos na vida terrena. Incerto do porvir, dedica-se inteiramente ao presente. Não entrevendo bens mais preciosos que os da Terra, ele se porta como a criança que nada vê além dos seus brinquedos e tudo faz para os obter. A perda do menor dos seus bens causa-lhe pungente mágoa. Um desengano, uma esperança perdida, uma ambição insatisfeita, uma injustiça de que for vítima, o orgulho ou a vaidade ferida, são tantos outros tormentos, que fazem da sua vida uma angústia perpétua, pois que se entrega voluntariamente a uma verdadeira tortura de todos os instantes.

Sob o ponto de vista da vida terrena, em cujo centro se coloca, tudo se agiganta ao seu redor. O mal o atinge, como o bem que toca aos outros, tudo adquire aos seus olhos enorme importância. É como o homem que, dentro de uma cidade, vê tudo grande em seu redor: os cidadãos eminentes como os monumentos; mas que, subindo a uma montanha, tudo lhe parece pequeno.

Assim acontece com aquele que encara a vida terrena do ponto de vista da vida futura: a humanidade, como as estrelas no céu, se perdem na imensidade; ele então se apercebe de que grandes e pequenos se confundem como as formigas num monte de terra; que operários e poderosos são da mesa estatura; e ele lamenta essas criaturas efêmeras, que tanto se esfalfam para conquistar uma posição que os eleva tão pouco e por tão pouco tempo. É assim que a importância atribuída aos bens terrenos está sempre na razão inversa da fé que se tem na vida futura.

6 – Se todos pensarem assim, dir-se-á, ninguém mais se ocupando das coisas da Terra, tudo perigará. Mas não, porque o homem procura instintivamente o seu bem estar, e mesmo tendo a certeza de que ficará por pouco tempo em algum lugar, ainda quererá estar o melhor ou o menos mal possível. Não há uma só pessoa que, sentindo um espinho sob a mão, não a retire para não ser picada.

Ora, a procura do bem estar força o homem a melhorar todas as coisas, impulsionado como ele é pelo instinto do progresso e da conservação, que decorre das próprias leis da natureza. Ele trabalha, portanto, por necessidade, por gosto e por dever, e com isso cumpre os desígnios da Providência, que o colocou na Terra para esse fim. Só aquele que considera o futuro pode dar ao presente uma importância relativa, consolando-se facilmente de seus revezes, ao pensar no destino que os aguarda.

Deus não condena, portanto, os gozos terrenos, mas o abuso desses gozos, em prejuízo dos interesses da alma. É contra esse abuso que se previnem os que compreendem estas palavras de Jesus: O meu reino não é deste mundo.

Aquele que se identifica com a vida futura é semelhante a um homem rico, que perde uma pequena soma sem se perturbar; e aquele que concentra os seus pensamentos na vida terrestre é como o pobre que ao perder tudo o que possui, cai em desespero.

7 – O Espiritismo dá amplitude ao pensamento e abre-lhe novo horizonte. Em vez dessa visão estreita e mesquinha, que o concentra na vida presente, fazendo do instante que passa sobre a terra o único e frágil esteio do futuro eterno, ele nos mostra que esta vida é um simples elo do conjunto harmonioso e grandioso da obra do Criador, e revela a solidariedade que liga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos o mundos. Oferece, assim, uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma, no momento do nascimento de cada corpo, faz que todos os seres sejam estranhos uns aos outros. Essa solidariedade das partes de um mesmo todo explica o que é inexplicável, quando apenas consideramos uma parte.

Essa visão de conjuntos, os homens do tempo de Cristo não podiam compreender, e por isso o seu conhecimento foi reservado para mais tarde.

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sábado, 19 de setembro de 2015

4 A VIDA FUTURA

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 2 – Meu Reino Não É Deste Mundo

1 – “Tornou pois a entrar Pilatos no pretório, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Reino dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu Reino não é daqui. Disse-lhe então Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu o dizes, que eu sou rei. Eu não nasci nem vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade; todo aquele que é da verdade ouve a minha voz”. (João, cap. XVIII, 33-37)

2 – Por estas palavras, Jesus se refere claramente à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como o fim a que se destina a humanidade, e como devendo ser o objeto das principais preocupações do homem sobre a terra. Todas as suas máximas se referem a esse grande princípio. Sem a vida futura, com efeito, a maior parte dos seus preceitos de moral não teriam nenhuma razão de ser. É por isso que os que não crêem na vida futura, pensando que ele apenas falava da vida presente, não os compreendem ou os acham pueris.

Esse dogma pode ser considerado, portanto, como o ponto central do ensinamento do Cristo. Eis porque está colocado entre os primeiros, no início desta obra, pois deve ser a meta de todos os homens. Só ele pode justificar os absurdos da vida terrestre e harmonizar-se com a justiça de Deus.

3 – Os judeus tinham ideias muito imprecisas sobre a vida futura. Acreditavam nos anjos, que consideravam como os seres privilegiados da criação, mas não sabiam que os homens, um dia, pudessem tornar-se anjos e participar da felicidade angélica.

Segundo pensavam, a observação das leis de Deus era recompensada pelos bens terrenos, pela supremacia de sua nação no mundo, pelas vitórias que obteriam sobre os inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram os castigos da desobediência. Moisés o confirmou, ao dizer essas coisas, ainda mais fortemente, a um povo ignorante, de pastores, que precisava ser tocado antes de tudo pelos interesses deste mundo.

Mais tarde, Jesus veio lhes revelar que existe outro mundo, onde a justiça de Deus se realiza. É esse mundo que ele promete aos que observam os mandamentos de Deus. É nele que os bons são recompensados. Esse mundo é o seu reino, no qual se encontra em toda a sua glória, e para o qual voltará ao deixar a Terra.

Jesus, entretanto, conformando o seu ensino ao estado dos homens da época, evitou lhes dar os esclarecimentos completos, que os deslumbraria em vez de iluminar, porque eles não o teriam compreendido. Ele se limitou a colocar, de certo modo, a vida futura como um princípio, uma lei da natureza, à qual ninguém pode escapar. Todo cristão, portanto, crê forçosamente na vida futura, mas a ideia que muitos fazem dela é vaga, incompleta, e por isso mesmo falsa em muitos pontos. Para grande número, é apenas uma crença, sem nenhuma certeza decisiva, e daí as dúvidas, e até mesmo a incredulidade.

O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em muitos outros, o ensinamento do Cristo, quando os homens se mostraram maduros para compreender a verdade.

Com o Espiritismo, a vida futura não é mais simples artigo de fé, ou simples hipótese. É uma realidade material, provada pelos fatos.

Porque são as testemunhas oculares que a vêm descrever em todas as suas fases e peripécias, de tal maneira, que não somente a dúvida já não é mais possível, como a inteligência mais vulgar pode fazer uma ideia dos seus mais variados aspectos, da mesma forma que imaginaria um país do qual se lê uma descrição detalhada. Ora, esta descrição da vida futura é de tal maneira circunstanciada, são tão racionais as condições da existência feliz ou infeliz dos que nela se encontram, que acabamos por concordar que não podia ser de outra maneira, e que ela bem representa a verdadeira justiça de Deus.


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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

3 As Três Revelações: Moisés, Cristo e o Espiritismo

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 1 – Não Vim Destruir a Lei

1 – Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para dar-lhes cumprimento. Porque em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão, até que não se cumpra tudo quanto está na lei, até o último jota e o último ponto. (Mateus, V: 17- 18)

MOISÉS

2 – Há duas partes Distintas na lei mosaica: a de Deus, promulgada sobre o Monte Sinal, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida por Moisés. Uma é invariável, a outra é apropriada aos costumes e ao caráter do povo, e se modifica com o tempo.

A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:

I – Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra, nem de coisa que haja nas águas debaixo da terra. Não adorarás nem lhes darás culto.

II – Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.

III – Lembra-te de santificar o dia de sábado.

IV – Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar.

V – Não matarás.

VI – Não cometerás adultério.

VII – Não furtarás.

VIII – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

IX – Não desejarás a mulher do próximo.

X – Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma que lhe pertença.

Esta lei é de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, um caráter divino. Todas as demais são leis estabelecidas por Moisés, obrigado a manter pelo temor um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater abusos arraigados e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egito.

Para dar autoridade às leis, ele teve de lhes atribuir uma origem divina, como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A Autoridade do homem devia apoiar-se sobre a autoridade de Deus.

Mas só a idéia de um Deus terrível podia impressionar homens ignorantes, em que o senso moral e o sentimento de uma estranha justiça estavam ainda pouco desenvolvidos. É evidente que aquele que havia estabelecido em seus mandamentos: “não matarás” e “não farás mal ao teu próximo”, não poderia contradizer-se, ao fazer do extermínio um dever. As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, portanto, um caráter essencialmente transitório.

CRISTO

3 – Jesus não veio destruir a lei, o que quer dizer: a lei de Deus. Ele veio cumpri-la, ou seja: desenvolvê-la, dar-lhe o seu verdadeiro sentido e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens. Eis porque encontramos nessa lei o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constitui a base de sua doutrina. Quanto às leis de Moisés propriamente ditas, ele, pelo contrário, as modificou profundamente, no fundo e na forma. Combateu constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, e não podia fazê-las passar por uma reforma mais radical do que as reduzindo a estas palavras: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”, e ao acrescentar: “Esta é toda a lei e os profetas”.

Por estas palavras: “O céu e a terra não passarão, enquanto não se cumprir até o último jota”, Jesus quis dizer que era necessário que a lei de Deus fosse cumprida, ou seja, que fosse praticada sobre toda a terra, em toda a sua pureza, com todos os seus desenvolvimentos e todas as suas conseqüências. Pois de que serviria estabelecer essa lei, se ela tivesse de ficar como privilégio de alguns homens ou mesmo de um só povo? Todos os homens, sendo filhos de Deus, são, sem distinções, objetos da mesma solicitude.

4 – Mas o papel de Jesus não foi simplesmente o de um legislador moralista, sem outra autoridade que a sua palavra. Ele veio cumprir as profecias que haviam anunciado o seu advento. Sua autoridade decorria da natureza excepcional do seu Espírito e da natureza divina da sua missão. Ele veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não está na Terra, mas no Reino dos Céus; ensinar-lhes o caminho que os conduz até lá, os meios de se reconciliarem com Deus, e os advertir sobre a marcha das coisas futuras, para o cumprimento dos destinos humanos. Não obstante, ele não disse tudo, e sobre muitos pontos limitou-se a lançar o germe de verdades que ele mesmo declarou não poderem ser então compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos claros, de maneira que, para entender o sentido oculto de certas palavras, era preciso que novas idéias e novos conhecimentos viessem dar-nos a chave. Essas idéias não podiam surgir antes de um certo grau de amadurecimento do espírito humano. A ciência devia contribuir poderosamente para o aparecimento e o desenvolvimento dessas idéias. Era preciso, pois, dar tempo à ciência para progredir.

O ESPIRITISMO

5 – O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material. Ele nos mostra esse mundo, não mais como sobrenatural, mas, pelo contrário, como uma das forças vivas e incessantemente atuantes da natureza, como a fonte de uma infinidade de fenômenos até então incompreendidos, e por essa razão, rejeitados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo se refere em muitas circunstâncias, e é por isso que muitas coisas que ele disse ficaram ininteligíveis ou foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave que nos ajuda a tudo explicar com facilidade.

6 – A lei do Antigo Testamento está personificada em Moisés, a do Novo Testamento, no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus. Mas não está personificado em ninguém, porque ele é o produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu, em todas as partes da Terra e por inumerável multidão de intermediários. Trata-se, de qualquer maneira, de uns seres coletivos, compreendendo o conjunto dos seres do mundo espiritual, cada qual trazendo aos homens o tributo de suas luzes, para fazê-los conhecer esse mundo e a sorte que nele os espera.

7 – Da mesma maneira que disse o Cristo: “Eu não venho destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento”. Também diz o Espiritismo: “Eu não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe cumprimento”. Ele nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que foi dito sob forma alegórica. Ele vem cumprir, na época predita, o que o Cristo anunciou, e preparar o cumprimento das coisas futuras. Ele é, portanto, obra do Cristo, que o preside, assim como preside ao que igualmente anunciou: a regeneração que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a Terra.


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domingo, 16 de agosto de 2015

2 Aliança da Ciência Com a Religião

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 1 – Não Vim Destruir a Lei

Novembro 3, 2007 de Kardec responde:

8 – A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem à negação das outras, umas estarão necessariamente erradas e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra. A incompatibilidade, que se acredita existir entre essas duas ordens de ideias, provém de uma falha de observação, e do excesso de exclusivismo de uma e de outra parte. Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado, em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis; essas duas forças, apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquira uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos.

A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido.

Mas nisto, como em tudo, há os que ficam retardados, até que sejam arrastados pelo movimento geral, que os esmagará, se quiserem resistir em vez de se entregarem. É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao momento de eclosão, e marcará uma nova era da humanidade. São fáceis de prever as suas consequências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.
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domingo, 2 de agosto de 2015

A partir de hoje eu vou postar as lições de “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” pela segunda vez, de forma numerada e na sequencia do livro.

1  A NOVA ERA

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 1 – Não Vim Destruir a Lei

UM ESPÍRITO ISRAELITA - Mulhouse, 1861

9 – Deus é único, e Moisés o Espírito que Deus enviou com a missão de fazê-lo conhecer, não somente pelos hebreus, mas também pelos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que Deus se serviu para fazer sua revelação, através de Moisés e dos Profetas, e as vicissitudes da vida desse povo foram feitas para chocar os homens e arrancar-lhes dos olhos o véu que lhes ocultava a divindade.

Os mandamentos de Deus, dados por Moisés, trazem o germe da mais ampla moral cristã. Os comentários da Bíblia reduziam-lhes o sentido, porque, postos em ação em toda a sua pureza, não seriam então compreendidos. Mas os Dez Mandamentos de Deus nem por isso deixaram de ser o brilhante frontispício da obra, como um farol que devia iluminar para a humanidade o caminho a percorrer.

A moral ensinada por Moisés era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos chamados à regeneração. E esses povos, semi-selvagens quanto ao aperfeiçoamento espiritual, não teriam compreendido a adoração de Deus sem os holocaustos ou sacrifícios, nem que se pudesse perdoar a um inimigo. Sua inteligência, notável no tocante às coisas materiais, e mesmo em relação às artes e às ciências, estava muito atrasada em moralidade, e eles não se submeteriam ao domínio de uma religião inteiramente espiritual. Necessitavam de uma representação semimaterial, como a que então lhes oferecia a religião hebraica. Os sacrifícios, pois, lhes falavam aos sentidos, enquanto a ideia de Deus lhes falava ao espírito.

O Cristo foi o iniciador da mais pura moral, a mais sublime: a moral evangélica, cristã, que deve renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los fraternos; que deve fazer jorrar de todos os corações humanos a caridade e o amor do próximo, e criar entre todos os homens uma solidariedade comum. Uma moral, enfim, que deve transformar a Terra, fazê-la morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. É a lei do progresso, a que a natureza está sujeita, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se serve para elevar a humanidade.

São chegados os tempos em que as ideias morais devem desenvolver-se, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Elas devem seguir o mesmo roteiro que as ideias de liberdade seguiram, como suas precursoras. Mas não se pense que esse desenvolvimento se fará sem lutas. Não, porque elas necessitam, para chegar ao amadurecimento, de agitações e discussões, a fim de atraírem a atenção das massas. Uma vez despertada a atenção, a beleza e a santidade da moral tocarão os Espíritos, e eles se dedicarão a uma ciência que lhes traz a chave da vida futura e lhes abre a porta da felicidade eterna. Foi Moisés quem abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá.

FÉNELON - Poitiers, 1861

10 – Um dia, Deus em sua inesgotável caridade, permitiu ao homem ver a verdade através das trevas. Esse dia foi o do advento de Cristo. Depois do vivo clarão, as trevas se fecharam de novo. O mundo, após alternativas de verdade e obscuridade, novamente se perdia. Então, semelhantes aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos começaram a falar e a vos advertir. O mundo foi abalado nas suas bases: o trovão ribombará; sedes firmes!

O Espiritismo é de ordem divina, pois repousa sobre as próprias leis da natureza. E crede que tudo o que é de ordem divina tem um objetivo elevado e útil. Vosso mundo se perdia. A ciência, desenvolvida com o sacrifício dos interesses morais, vos conduzia unicamente ao bem estar material, revertendo-se em proveito do espírito das trevas. Vós o sabeis, cristão; o coração e o amor devem marchar unidos à ciência. O Reino do Cristo, ai de nós! ;após dezoito séculos, e apesar do sangue de tantos mártires, ainda não chegou. Cristãos, voltai para o Mestre que vos quer salvar. Tudo é fácil para aquele que crê e que ama: o amor o enche de gozo inefável. Sim, meus filhos, o mundo está abalado. Os bons Espíritos vo-lo dizem sempre. Curvai-vos ao sopro precursor da tempestade, para não serdes derrubados. Quero dizer: preparai-vos e não vos assemelheis às virgens loucas, que foram apanhadas desprevenidas à chegada do esposo.

A revolução que se prepara é mais moral do que material. Os grandes Espíritos, mensageiros divinos, insuflam a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardentes, façais ouvir vossa humilde voz. Porque vós sois o grão de areia, mas sem os grãos de areia não haveria montanhas. Assim, portanto, que estas palavras: “Nós somos pequenos”, não tenha sentido para vós. A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. A formiga não constrói o seu formigueiro, e animaizinhos insignificantes não formam continentes? A nova cruzada começou: apóstolos da paz universal, e não da guerra, modernos São Bernardos, olhai para frente e marchai! A lei dos mundos é a lei do progresso.

ERASTO, discípulo de São Paulo - Paris, 1863

11 – Santo Agostinho é um dos maiores divulgadores do Espiritismo. Ele se manifesta por quase toda parte, e a razão disso a encontramos na vida desse grande filósofo cristão. Pertencem a essa vigorosa falange dos Pais da Igreja, a que a Cristandade devem as suas mais sólidas bases. Como muitos, ele foi arrancado ao paganismo, ou melhor diremos, a mais profunda impiedade, pelo clarão da verdade.

Quanto, em meio de seus desregramentos, ele sentiu na própria alma a estranha vibração que o chamava para si mesmo e lhe fez compreender que a felicidade não estava nos prazeres enervantes e fugidos; quando, enfim, na sua Estrada de Damasco, ele também ouviu a santa voz que lhe clamava: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”; exclamou: “Meu Deus! Meu Deus, perdoa-me, eu creio, sou cristão!” E desde então se tornou um dos mais firmes pilares do Evangelho. Podemos ler, nas notáveis confissões desse eminente Espírito, as palavras características e proféticas, ao mesmo tempo, que ele pronunciou ao ter perdido Santa Mônica. “Estou certo de que minha mãe virá visitar-me e dar-me o seu conselho, revelando-me o que nos espera na vida futura”. Que lição nestas palavras, e que brilhante previsão da futura doutrina! É por isso que hoje, vendo chegada a hora de divulgação da verdade, que ele já havia pressentido, faz-se o seu ardente propagador, e se multiplica, por assim dizer, para atender a todos os que o chamam.


NOTA - Santo Agostinho vem, por acaso, modificar aquilo que ensinou? Não, seguramente, mas como tantos outros, ele vê com os olhos do espírito o que não podia ver como homem. Sua alma liberta percebe claridade nova, e compreende o que antes não compreendia. Novas ideias lhe revelaram o verdadeiro sentido de certas palavras.
Quando na terra, julgava as coisas segundo os conhecimentos que possuía, mas, quando uma nova luz se fez para ele, pode julgá-las com maior clareza. É assim que ele deve revisar sua crença referente aos espíritos íncubos e súcubos, bem como o anátema que havia lançado contra a teoria dos antípodas. Agora, que o Cristianismo lhe aparece em toda a sua pureza, ele pode, sobre certos pontos, pensar de maneira diversa de quando vivia, sem deixar de ser o apóstolo cristão. Pode, sem renegar a sua fé, fazer-se o propagador do Espiritismo, porque nele vê o cumprimento das predições.  Ao proclamá-lo, hoje, nada mais faz do que conduzir-nos a uma interpretação mais sã e mais lógica dos textos. Assim também acontece com outros Espíritos, que se encontram numa posição semelhante.

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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Por Uma Criança Que Acaba de Nascer

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

53. PREFÁCIO. Somente depois de terem passado pelas provas da vida corpórea, chegam à perfeição os Espíritos. Os que se encontram na erraticidade aguardam que Deus lhes permita volver a uma existência que lhes proporcione meios de progredir, quer pela expiação de suas faltas passadas, mediante as vicissitudes a que fiquem sujeitos, quer desempenhando uma missão proveitosa para a Humanidade. O seu adiantamento e a sua felicidade futura serão proporcionados à maneira por que empreguem o tempo que hajam de estar na Terra. O encargo de lhes guiar os primeiros passos e de os encaminhar para o bem cabe a seus pais, que responderão perante Deus pelo desempenho que derem a esse mandato. Para lhos facilitar, foi que Deus fez do amor paterno e do amor filial uma lei da Natureza, lei que jamais se transgride impunemente.

54. Prece. - (Para ser dita pelos pais) - Espírito que encarnaste no corpo do nosso filho, sê bem-vindo. Sê bendito, ó Deus Onipotente, que no-lo mandaste.

É um depósito que nos foi confiado e do qual teremos um dia de prestar contas. Se ele pertence à nova geração de Espíritos bons que hão de povoar a Terra, obrigado, ó meu Deus, por essa graça!

Se é uma alma imperfeita, corre-nos o dever de ajudá-lo a progredir na senda do bem, pelos nossos conselhos e bons exemplos. Se cair no mal, por culpa nossa, responderemos por isso, visto que, então, teremos falido em nossa missão junto dele.

Senhor, ampara-nos em nossa tarefa e dá-nos a força e a vontade de cumpri-la. Se este filho nos vem como provação para os nossos Espíritos, faça-se a tua vontade!

Bons Espíritos que presidistes ao seu nascimento e que tendes de acompanhá-lo no curso de sua existência, não o abandoneis. Afastai dele os maus Espíritos que tentem orientá-lo para o mal. Dai-lhe forças para lhes resistir às sugestões e coragem para sofrer com paciência e resignação as provas que o esperam na Terra. (Cap. XIV, n° 9.)

55. (Outra) - Meu Deus, confiaste-me a sorte de um dos teus Espíritos; faze, Senhor, que eu seja digno(a) do encargo que me impuseste. Concede-me a tua proteção. Ilumina a minha inteligência, a fim de que eu possa perceber desde cedo as tendências daquele que me compete preparar para ascender à tua paz.

56. (Outra) - Deus de bondade, pois que te aprouve permitir que o Espírito desta criança viesse de novo sofrer as provas terrenas, destinadas a fazê-lo progredir, dá-lhe luz, a fim de que aprenda a conhecer-te, amar-te e adorar-te.

Faze, pela tua onipotência, que esta alma se regenere na fonte das tuas sábias instruções; que, sob a égide do seu anjo guardião, a sua inteligência se desenvolva e amplie e o leve a ter por aspiração aproximar-se cada vez mais de ti; que a ciência do Espiritismo seja a luz brilhante que o ilumine através dos escolhos da vida; que ele, enfim, saiba apreciar toda a extensão do teu amor, que nos põe em prova, para purificar-nos.

Senhor, lança paterno olhar sobre a família a que confiaste esta alma, para que ela compreenda a importância da sua missão e faça que germinem nesta criança as boas sementes, até ao dia em que ela possa, por suas próprias aspirações, elevar-se sozinha para ti.

Digna-te, ó meu Deus, de atender a esta humilde prece, em nome e pelos merecimentos daquele que disse: "Deixai venham a mim as criancinhas, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham."

Assim seja.

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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Por Um Agonizante

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

57. PREFÁCIO. A agonia é o prelúdio da separação da alma e do corpo. Pode dizer-se que, nesse momento, o homem tem um pé neste mundo e um no outro. É penosa às vezes essa passagem, para os que muito apegados se acham à matéria e viveram mais para os bens deste mundo do que para os do outro, ou cuja consciência se encontra agitada pelos pesares e remorsos. Para aqueles cujos pensamentos, ao contrário, buscaram o Infinito e se desprenderam da matéria, menos difíceis de romper-se são os laços que o prendem à Terra e nada têm de dolorosos os seus últimos momentos. Apenas um fio liga, então, a alma ao corpo, enquanto que no outro caso profundas raízes a conservam presa a este. Em todos os casos, a prece exerce ação poderosa sobre o trabalho de separação. (Ver, adiante, "Preces pelos doentes"; também O Céu e o Inferno, 2ª Parte, cap. I - "O Passamento".)

58. Prece. - Deus onipotente e misericordioso, aqui está uma alma prestes a deixar o seu envoltório terreno para volver ao mundo dos Espíritos, sua verdadeira pátria. Dado lhe seja fazê-lo em paz e que sobre ela se estenda a tua misericórdia.

Bons Espíritos, que a acompanhastes na Terra; não a abandoneis neste momento supremo. Dai-lhe forças para suportar os últimos sofrimentos por que lhe cumpre passar neste mundo, a bem do seu progresso futuro. Inspirai-a, para que consagre ao arrependimento de suas faltas os últimos clarões de inteligência que lhe restem, ou que momentaneamente lhe advenham.

Dirigi o meu pensamento, a fim de que atue de modo a tomar menos penoso para ela o trabalho da separação e a fim de que leve consigo, ao abandonar a Terra, as consolações da esperança.

Assim seja.

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sábado, 13 de junho de 2015

Por Um Criminoso

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

69. PREFÁCIO. Se a eficácia das preces fosse proporcional à extensão delas, as mais longas deveriam ficar reservadas para os mais culpados, porque mais lhes são elas necessárias do que àqueles que santamente viveram. Recusá-las aos criminosos é faltar com a caridade e desconhecer a misericórdia de Deus; julgá-las inúteis, quando um homem haja praticado tal ou tal erro, fora prejulgar a justiça do Altíssimo. (Cap. XI, n° 14.)

70. Prece. - Senhor, Deus de misericórdia, não repilas esse criminoso que acaba de deixar a Terra. A justiça dos homens o castigou, mas não o isentou da tua, se o remorso não lhe penetrou o coração.

Tira-lhe dos olhos a venda que lhe oculta a gravidade de suas faltas.

Possa o seu arrependimento merecer de ti acolhimento benévolo e abrandar os sofrimentos de sua alma!

Possam também as nossas preces e a intercessão dos bons Espíritos levar-lhe esperança e consolação; inspirar-lhe o desejo de reparar suas ações más numa nova existência e dar-lhe forças para não sucumbir nas novas lutas em que se empenhar!

Senhor, tem piedade dele!

Assim seja.

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sábado, 30 de maio de 2015

Por Um Suicida

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

71. PREFÁCIO. Jamais tem o homem o direito de dispor da sua vida, porquanto só a Deus cabe retirá-lo do cativeiro da Terra, quando o julgue oportuno. Todavia, a justiça divina pode abandar-lhe os rigores, de acordo com as circunstâncias, reservando, porém, toda a severidade para com aquele que se quis subtrair às provas da vida.

O suicida é qual prisioneiro que se evade da prisão, antes de cumprida a pena; quando preso de novo, é mais severamente tratado. O mesmo se dá com o suicida que julga escapar às misérias do presente e mergulha em desgraças maiores. (Cap. V, n° 14 e seguintes.)

72. Prece. - Sabemos, ó meu Deus, qual a sorte que espera os que violam a tua lei, abreviando voluntariamente seus dias; mas, também sabemos que infinita é a tua misericórdia. Digna-te, pois, de estendê-la sobre a alma de N... Possam as nossas preces e a tua comiseração abrandar a acerbidade dos sofrimentos que ele está experimentando, por não haver tido a coragem de aguardar o fim de suas provas.

Bons Espíritos, que tendes por missão assistir os desgraçados, tomai-o sob a vossa proteção; inspirai-lhe o pesar da falta que cometeu. Que a vossa assistência lhe dê forças para suportar com mais resignação as novas provas por que haja de passar, a fim de repará-la. Afastai dele os maus Espíritos, capazes de o impelirem novamente para o mal e prolongar-lhe os sofrimentos, fazendo-o perder o fruto de suas futuras provas.

A ti, cuja desgraça motiva as nossas preces, nos dirigimos também, para te exprimir o desejo de que a nossa comiseração te diminua o amargor e te faça nascer no íntimo a esperança de melhor porvir!

Nas tuas mãos está ele; confia na bondade de Deus, cujo seio se abre a todos os arrependimentos e só se conserva fechado aos corações endurecidos.

Assim seja.

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sábado, 16 de maio de 2015

Por Um Inimigo Que Morreu

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

67. PREFÁCIO. A caridade para com os nossos inimigos deve acompanhá-los ao além-túmulo. Precisamos ponderar que o mal que eles nos fizeram foi para nós uma prova, que há de ter sido propícia ao nosso adiantamento, se a soubemos aproveitar. Pode ternos sido, mesmo, de maior proveito do que as aflições puramente materiais, pelo fato de nos haver facultado juntar, à coragem e à resignação, a caridade e o esquecimento das ofensas. (Cap. X, n° 6; cap. XII, n° 5 e n° 6.)

68. Prece. - Senhor, foi do teu agrado chamar, antes da minha, a alma de N... Perdoo-lhe o mal que me fez e as más intenções que nutriu com referência a mim. Possa ele ter pesar disso, agora que já não alimenta as ilusões deste mundo.

Que a tua misericórdia, meu Deus, desça sobre ele e afaste de mim a ideia de me alegrar com a sua morte. Se incorri em faltas para com ele, que mas perdoe, como eu esqueço as que cometeu para comigo.

Assim seja.


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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Prevendo Próxima a Morte

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

40. PREFÁCIO. A fé no futuro, a orientação do pensamento, durante a vida, para os destinos vindouros, favorecem e aceleram o desligamento do Espírito, por enfraquecerem os laços que o prendem ao corpo, tanto que, frequentemente, a vida corpórea ainda se não extinguiu de todo, e a alma, impaciente, já alçou o voo para a imensidade. Ao contrário, no homem que concentra nas coisas materiais todos os seus cuidados, aqueles laços são mais tenazes, penosa e dolorosa é a separação e cheio de perturbação e ansiedade o despertar no além-túmulo.

41. Prece. - Meu Deus; creio em ti e na tua bondade infinita e, por isso mesmo, não posso crer hajas dado ao homem a inteligência, que lhe faculta conhecer-te, e a aspiração pelo futuro, para o mergulhares no nada.

Creio que o meu corpo é apenas o envoltório perecível de minha alma e que, quando eu tenha deixado de viver, acordarei no mundo dos Espíritos.

Deus Todo-Poderoso; sinto se rompem os laços que me prendem a alma ao corpo e que dentro em pouco irei prestar contas do uso que fiz da vida que me foge.

Vou experimentar as consequências do bem e do mal que pratiquei. Lá não haverá ilusões, nem subterfúgios possíveis. Diante de mim vai desenrolar-se todo o meu passado e serei julgado segundo as minhas obras.

Nada levarei dos bens da Terra. Honras, riquezas, satisfações da vaidade e do orgulho, tudo, enfim, que é peculiar ao corpo permanecerá neste mundo. Nem a mais mínima parcela de todas essas coisas me acompanhará, nem me será de utilidade alguma no mundo dos Espíritos. Apenas levarei comigo o que pertence à alma, isto é, as boas e as más qualidades, para serem pesadas na balança da mais rigorosa justiça. E tanto maior severidade haverá no meu julgamento, quanto maior número de ocasiões para fazer o bem, que não fiz, me tenha proporcionado a posição que ocupei na Terra. (Cap. XVI, n° 9.)

Deus de misericórdia, que o meu arrependimento te chegue aos pés! Digna-te de lançar sobre mim o manto da tua indulgência.
Se te aprouver prolongar a minha existência, seja esse prolongamento empregado em reparar, tanto quanto em mim esteja, o mal que eu tenha praticado. Se soou, sem dilação possível, a minha hora, levo comigo o consolador pensamento de que me será permitido redimir-me, por meio de novas provas, a fim de merecer um dia a felicidade dos eleitos.

Se não me for dado gozar imediatamente dessa felicidade sem mescla, partilha tão-só do justo por excelência, sei que me não é defesa para sempre a esperança e que, pelo trabalho, alcançarei o fim, mais tarde ou mais cedo, conforme os meus esforços.

Sei que próximos de mim, para me receberem, estão Espíritos bons e o meu anjo de guarda, aos quais dentro em pouco verei, como eles me veem. Sei que, se o tiver merecido, encontrarei de novo aqueles a quem amei na Terra e que aqueles que aqui deixo irão juntar-se a mim, que um dia estaremos todos reunidos para sempre e que, enquanto esse dia não chegar, poderei vir visitá-los.

Sei também que vou encontrar aqueles a quem ofendi. Possam eles perdoar-me o que tenham a reprochar-me: o meu orgulho, a minha dureza, minhas injustiças, a fim de que a presença deles não me acabrunhe de vergonha!

Perdoo aos que me tenham feito ou querido fazer mal; nenhum rancor contra eles alimento e peço-te, meu Deus, que lhes perdoes.

Senhor; dá-me forças para deixar sem pena os prazeres grosseiros deste mundo, que nada são em confronto com as alegrias sãs e puras do mundo em que vou penetrar e onde, para o justo, não há mais tormentos, nem sofrimentos, nem misérias, onde somente o culpado sofre, mas tendo a confortá-lo a esperança.

A vós, bons Espíritos, e a ti, meu anjo guardião, suplico que me não deixeis falir neste momento supremo. Fazei que a luz divina brilhe aos meus olhos, a fim de que a minha fé se reanime, se vier a abalar-se.

Assim seja.

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