O
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Cap. 17 -
SEDE PERFEITOS
Infelizmente,
quase sempre as acompanham pequenas falhas morais que as deslustram e
enfraquecem. Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que
lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe:
o orgulho.
A
virtude, verdadeiramente digna desse nome, não gosta de exibir-se.
Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge à admiração das
massas. S. Vicente de Paulo era virtuoso; eram virtuosos o digno cura d'Ars e
muitos outros quase desconhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses
homens de bem ignoravam que fossem virtuosos; deixavam-se ir ao sabor de suas
santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse completo e inteiro
esquecimento de si mesmos.
À
virtude assim compreendida e praticada é que vos convido, meus filhos; a essa
virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita é que vos concito a
consagrar-vos.
Afastai,
porém, de vossos corações tudo o que seja orgulho, vaidade, amor próprio, que
sempre deslustram as mais belas qualidades. Não imiteis o homem que se
apresenta como modelo e trombeteia, ele próprio, suas qualidades a todos os
ouvidos complacentes. A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma
imensidade de pequenas torpezas e de odiosas covardias.
Em
princípio, o homem que se exalta, que ergue uma estátua à sua própria virtude,
anula, por esse simples fato, todo mérito real que possa ter. Entretanto, que
direi daquele cujo único valor consiste em parecer o que não é? Admito de
boamente que o homem que pratica o bem experimenta uma satisfação íntima em seu
coração; mas, desde que tal satisfação se exteriorize, para colher elogios,
degenera em amor próprio.
Ó
vós todos a quem a fé espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quão longe
da perfeição está o homem, jamais esbarreis em semelhante escolho. A virtude é
uma graça que desejo a todos os espíritas sinceros. Contudo, dir-lhes-ei: Mais
vale pouca virtude com modéstia, do que muita com orgulho.
Pelo
orgulho é que as humanidades sucessivamente se hão perdido; pela humildade é
que um dia elas se hão de redimir.
François
Nicolas Madeleine. (Paris, 1863.)
Fonte da Imagem:
Internet Google.
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