O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO
Cap. 18 - Muitos Os
Chamados e Poucos os Escolhidos
3.
Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o
caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. - Quão pequena é
a porta da vida! Quão apertado o caminho que a ela conduz! E quão poucos a
encontram! (S. MATEUS, cap. VII, vv. 13 e 14.)
4.
Tendo-lhe alguém feito esta pergunta: Senhor, serão poucos os que se salvam?
Respondeu-lhes ele: - Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois vos
asseguro que muitos procurarão transpô-la e não o poderão. - E quando o pai de
família houver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater,
dizendo: Senhor, abre-nos; ele vos responderá: não sei donde sois: - Por-vos-eis
a dizer: Comemos e bebemos na tua presença e nos instruíste nas nossas praças
públicas. - Ele vos responderá: Não sei donde sois; afastai-vos de mim, todos
vós que praticais a iniqüidade.
Então,
haverá choro e ranger de dentes, quando virdes que Abraão, Isaac, Jacob e todos
os profetas estão no reino de Deus e que vós outros sois dele expelidos. - Virão
muitos do Oriente e do Ocidente, do Setentrião e do Meio-Dia, que participarão
do festim no reino de Deus. - Então, os que forem últimos serão os primeiros e
os que forem primeiros serão os últimos. - (S. LUCAS, cap. XIII, vv. 23 a 30.)
5.
Larga é a porta da perdição, porque são numerosas as paixões más e porque o
maior número envereda pelo caminho do mal. E estreita a da salvação, porque a
grandes esforços sobre si mesmo é obrigado o homem que a queira transpor, para
vencer suas más tendências, coisa a que poucos se resignam. E o complemento da
máxima: "Muitos são os chamados e poucos os escolhidos".
Tal
o estado da Humanidade terrena, porque, sendo a Terra mundo de expiação, nela
predomina o mal. Quando se achar transformada, a estrada do bem será a mais
freqüentada. Aquelas palavras devem, pois, entender-se em sentido relativo e
não em sentido absoluto. Se houvesse de ser esse o estado normal da Humanidade,
teria Deus condenado à perdição a imensa maioria das suas criaturas, suposição
inadmissível, desde que se reconheça que Deus é todo justiça e bondade.
Mas,
de que delitos esta Humanidade se houvera feito culpada para merecer tão triste
sorte, no presente e no futuro, se toda ela se achasse degredada na Terra e se
a alma não tivesse tido outras existências? Por que tantos entraves postos
diante de seus passos?
Por
que essa porta tão estreita que só a muito poucos é dado transpor, se a sorte
da alma é determinada para sempre, logo após a morte? Assim é que, com a
unicidade da existência, o homem está sempre em contradição consigo mesmo e com
a justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o
horizonte se alarga; faz-se luz sobre os pontos mais obscuros da fé; o presente
e o futuro tornam-se solidários com o passado, e só então se pode compreender
toda a profundeza, toda a verdade e toda a sabedoria das máximas do Cristo.
Fonte da Imagem:
Internet Google.
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