O
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Cap.
9 – Bem Aventurados Os Mansos E Pacíficos
Lázaro
- Paris, 1863
8
– A doutrina de Jesus ensina sempre a obediência e a resignação, duas virtudes
companheiras da doçura, muito ativas, embora os homens as confundam
erroneamente com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o
consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração. Ambas são
forças ativas, porque levam o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair.
O poltrão não pode ser resignado, assim como o orgulhoso e o egoísta não podem
ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes desprezadas pela
antiguidade materialista. Chegou no momento em que a sociedade romana perecia
nas fraquezas da corrupção, e veio fazer brilhar, no seio da humanidade
abatida, os triunfos do sacrifício e da renúncia à sensualidade.
Cada
época é assim marcada pelo cunho da virtude ou do vício que a devem salvar ou
perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual, seu vício é a
indiferença moral. Digo somente atividade, porque o gênio se eleva de súbito e
descobre de relance os horizontes que a multidão só verá depois dele, enquanto
a atividade é a reunião dos esforços de todos, para atingir um alvo menos
brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos ao
impulso que vimos dar aos vossos Espíritos.
Obedecei
à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Infeliz do
Espírito preguiçoso, daquele que fecha o seu entendimento! Infeliz, porque nós,
que somos os guias da humanidade em marcha, o chicotearemos, e forçaremos a sua
vontade rebelde, com o duplo esforço do freio e da espora. Toda resistência
orgulhosa deverá ceder, cedo ou tarde. Mas bem aventurados os que são mansos,
porque darão ouvidos dóceis aos ensinamentos.
Fonte da imagem:
Internet Google.
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