O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS
62.
PREFÁCIO. Que horrenda é a ideia do Nada! Quão de lastimar são os que acreditam
que no vácuo se perde, sem encontrar eco que lhe responda, a voz do amigo que
chora o seu amigo!
Jamais
conheceram as puras e santas afeiçoes os que pensam que todo morre com o corpo;
que o gênio, que com a sua vasta inteligência iluminou o mundo; é uma
combinação de matéria, que, qual sopro, se extingue para sempre; que do mais
querido ente, de um pai, de uma mãe, ou de um filho adorado não restará senão
um pouco de pó que o vento irremediavelmente dispersará.
Como pode um
homem de coração conservar-se frio a essa ideia? Como não o gela de terror a ideia
de um aniquilamento absoluto e não lhe faz, ao menos, desejar que não seja
assim? Se até hoje não lhe foi suficiente a razão para afastar de seu espírito
quaisquer dúvidas, aí está o Espiritismo a dissipar toda incerteza com relação
ao futuro, por meio das provas materiais que dá da sobrevivência da alma e da
existência dos seres de além-túmulo.
Tanto assim
é que por toda a parte essas provas são acolhidas com júbilo; a confiança
renasce, pois que o homem doravante sabe que a vida terrestre é apenas uma
breve passagem conducente a melhor vida; que seus trabalhos neste mundo não lhe
ficam perdidos e que as mais santas afeições não se despedaçam sem mais
esperanças. (Cap. IV, n° 18; Cap. V, n° 21.)
Prece: - Digna-te, ó meu Deus, de
acolher, benévolo, a prece que te dirijo pelo Espírito N... Faze-lhe entrever
as claridades divinas e torna-lhe fácil o caminho da felicidade eterna. Permite
que os bons Espíritos lhe levem as minhas palavras e o meu pensamento.
Tu, que tão
caro me eras neste mundo, escuta a minha voz, que te chama para te oferecer
novo penhor da minha afeição. Permitiu Deus que te libertasses antes de mim e
eu disso me não poderia queixar sem egoísmo, porquanto fora querer-te sujeito
ainda às penas e sofrimentos da vida. Espero, pois, resignado, o momento de nos
reunirmos de novo no mundo mais venturoso no qual me precedeste.
Sei que é
apenas temporária a nossa separação e que, por mais longa que me possa parecer,
a sua duração nada é em face da ditosa eternidade que Deus promete aos seus
escolhidos.
Que a sua
bondade me preserve de fazer o que quer que retarde esse desejado instante e me
poupe assim à dor de te não encontrar, ao sair do meu cativeiro terreno.
Oh! Quão
doce e consoladora é a certeza de que não há entre nós mais do que um véu
material que te oculta às minhas vistas! De que podes estar aqui, ao meu lado,
a me ver e ouvir como outrora, senão ainda melhor do que outrora; de que não me
esqueces, do mesmo modo que eu te não esqueço; de que os nossos pensamentos
constantemente se entreluzam e que o teu sempre me acompanha e ampara.
Que a paz do
Senhor seja contigo.
Assim seja.
Fonte da imagem: Internet Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário